quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

The Good Wife - Sexta Temporada

Pelo direito de recomeçar, pelo direito de viver

         

Em sua sexta temporada, The Good Wife tenta se manter. Se manter no ar, manter sua história, suas tramas e seus personagens, mas o que se percebe é que o fim está para chegar e um desfecho precisa ser dados às suas tramas. Entretanto, ainda sim, a série se mantém no que é o seu melhor, as reviravoltas.

O ano já começa em alta. Cayos é preso pelo FBI. O motivo ainda não sabe, mas seu nome está ligado a uma possível investigação envolvendo Lemond. No caso, ele teria ajudado Lemond a permitir um grande tráfico de drogas. Alicia entra em sua defesa e pede a ajuda de Daiane.

Neste momento, as relações de Daiane e Alicia tornam-se mais forte e próximas e a antiga chefe entra como associada na nova firma de advogacia. Nell convence a boa dona de casa, Alicia, a concorrer a uma vaga para a promotoria. Ela resolve aceitar para tentar a ajudar Cayros na investigação. Neste primeiro momento da temporada, temos então estas duas tramas envolvendo o seriado, a prisão de Cayros e a busca por votos de Alicia.



Estas tramas deram um impulso a série e provocaram fortes mudanças. Alicia como sempre esteve a frente do seriado com peso, ternura, frieza e serenidade. O interessante com este arco a envolvendo, foi que ela pode perceber como se dá os meandros da política. Todas as suas ações, gestos e falas passaram a serem controlados, pois eles seriam usados contra ela. Alicia então pode perceber o outro lado, o lado do seu esposo.

Já com Cayros, ele teve seu melhor momento e seu destaque no seriado. Lançado contra a parede, sentiu o medo da certeza de ser preso e ter sua carreira destruída. Se antes sempre se manteve sério e calculista, revelou sua fraqueza e sua humanidade. Esta revelação da humanidade torna-se interessante neste seriado, pois a série trabalha muito com personagens que calculam todos os seus movimentos. As vezes faltam a eles calor humano e mais fúria diante dos fatos.

Tanto a trama envolvendo Alicia quanto a envolvendo Cayros nos mostraram o quanto eles são humanos, fracos e carregados de medos. Quem brilhou também neste começo de série e que estava apagada há um bom tempo era a personagem Kalinda. Entrando numa abismo sem fim e se colocando em risco, ela ajudou Cayros a se libertar e pagou um alto preço por isso.

Após metade da temporada, estas tramas foram encerradas e novas surgiram. Alicia agora como Procuradora do Estado,  deixa a sociedade da firma de advogacia e se vê diante de negociações. Esta personagem sempre esteve a frente de suas ações e negociar nunca foi seu forte e nem será tão cedo. Neste sentindo, a impressão que se dá neste arco envolvendo a protagonista deste seriado é que criaram esta trama apenas para delongar o seriado. Um ponto interessante talvez tenha sido os debates dela com seu concorrente e ver sua postura frente aos lados obscuros da política.




Mas desde quando começou o seriado, a personagem de Alicia sempre esteve ligada aos tribunais, neste sentido, tornava-se estranho vê-la atuando dentro de um escritório. E isso não demora a acontecer e temos então uma nova virada na trama. O grande forte deste seriado são estas viradas e eles acontecem e não poupam seus personagens de situações constrangedoras ou trágicas. Alicia diante desta mudança drástica em sua vida, perde novamente o chão, a base e sua estrutura, o que fazer com sua vida?

Outra personagem que se destaca belamente é Kalinda. Por motivos desconhecidos, a atriz que a interpreta pediu sua saída do seriado, então para isso, os criadores desenvolveram toda a trama da sexta temporada para esta saída. 

As ações da personagem ainda no começo do sexto ano a colocaram numa situação delicada e para poder encerrar este arco deram a ela um desfecho que de certa forma, não foi brilhante, devido a capacidade que os roteiristas têm em construir histórias, mas ainda sim, foi condizente com o arco construído ao redor dela. 

The Good Wife termina seu sexto ano com menos personagens dentro de sua trama central, necessitando de novos rumos e colocando seus personagens em reviravoltas constantemente. Estes elementos num primeiro momento do seriado revela força, porém já passado seis anos, mostram um desgaste.



Em outros elementos o seriado ainda continua com grandes destaque. Os atores estao otimos, Juliane Marguile como Alicia ainda continua exuberante, intensa e forte. Cristina como Daiane ainda tem em sua atuação um misto de dramaticidade e comicidade. Sua postura é forte, sua presença marca, ao mesmo tempo que gera bons momentos engraçados para a série. Suas discussões com XX, um republicano revelam este lado engraçado dos Estados Unidos, duas posturas totalmente distintas sobre os mais diversos temas, mas que precisam conviver juntos e encontrar uma harmonia entre si.

A trilha sonora dita as regras, estabelece conexões e movimenta o seriado. As tramas que estão relacionadas com os casos isolados ainda são ótimas, talvez um ponto negativo é que elas foram deixados um pouco de lado para que as tramas principais do seriado pudessem prevalecer.

No mais, “The Good Wife” caminha para o seu sétimo ano em busca de novos dramas, novos arcos, novos motivos e novas situações, mas penso eu que o fim deve chegar. E este fim já torna-se necessário nesta que mostrou ser uma das grandes séries da atualidade.