segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Certezas ...

Que haja sabedoria para compreender os momentos que nos cercam, aceitar as dores da vida, mudar o que estiver errado, recomeçar quando as circunstâncias pedirem.

Mudar nem sempre é bem vindo, afinal seguir uma rota, um caminho já é difícil, não diria segui-lo, mas encontrá-lo, pior é perceber que este não era o certo. O sentimento que fica é de amargura e desolação.

Recomeçar é doloroso, é cansativo, os primeiros passos até podem serem interessantes, porém refazê-los não é nada satisfatório. Mas há o lado bom, sempre há, sempre terá que haver, assim esperamos. Perceber nuances, detalhes e momentos ao refazer atos. Não caímos nas mesmas ciladas e vemos tudo com outros olhares, um olhar mais perceptivo e profundo.

A vida é um eterno aprendizado, esse é o lado bom, a parte chata, bom, é aquele sentimento que sempre percorrerá nossa alma, uma sensação de repetição não muito agradável, uma sensação de perca, desperdício ou palavras do gênero.

Que haja ternura para com os erros, verdade sobre as mentiras, certeza sobre as dúvidas.

sábado, 17 de setembro de 2011

Angel - 4ª Temporada

O quarto ano, que considero pessoalmente a melhor temporada, possui uma tensão em todo o momento da série. Porém, o final ainda deixa um pouco a desejar.

Após Angel ser encontrado por Wesley, ele expulsa Connor e todos vão em busca de Cordélia. Após saberem que Cordy está num plano superior, devido a ela ter sido revelada aos poderes, eles se conformam com sua saída, mas o retorno dela os deixa confusos, ainda mais porque ela não se lembra de quem seja. Entra no seriado como personagem recorrente Elen, uma garota com capacidade sobrenaturais

Uma besta aparece em Los Angeles, promovendo uma sequência de mortes com o único intuito de realizar oferendas e sacrifícios para a chegada de seu mestre. Com o decorrer dos episódios, descobre-se que Connor tem uma ligação com esse ser e que Angelus o conheceu em tempos antigos. Devido a todo material a respeito dessa criatura ter sido varrido da história, eles buscam em Angelus as respostas para suas perguntas. Com isso, resolvem quebrar o feitiço sobre Angel e fazê-lo com que ele perca a alma.

Com o retorno de Angelus, a situação só piora. Wesley então convoca Faith para socorrê-los. Ela que estava presa, com a ajuda dele foge e partem para Los Angeles caçar Angel. É nesse momento que se descobre quem é a verdadeira vilã da temporada, ou no caso, o mestre da Besta que está para chegar a cidade.


Apesar de toda a temporada ter sido empolgante, o embate final entre Jasmine e Angel foi muito rápido. Nada que tenha estragado o desempenho todo da temporada, mas poderia ter rendido mais tensão entre eles. O melhor da temporada sem dúvida é a mudança radical de personalidade de Cordélia e como pouco a pouco ela enganou a todos conseguindo realizar seus planos.

Outra parte interessante foi o retorno de Faith à série, protagonizando um dos melhores episódios da temporada. A cena dela quebrando o banheiro foi ótima. A participação especial de Willow também foi bacana. Seu embate contra Cordélia na magia para recuperar a alma de Angel foi excelente. Isso mostrou que, mesmo Buffy e Angel serem seriados diferentes, ainda tentaram manter uma harmonia entre os dois.

Todos os episódios desse quarto ano foram excelentes, até a ponta em que a personagem de Darla aparece, como uma enviada d'Os poderes que Valém, tentando convencer Connor a não continuar com tudo aquilo foi ótimo. O embate entre ela e seu filho, ao meu ver, se concentrou no grande destaque dessa temporada. Ela tem na desculpa de ter sido uma vampira, ou seja, uma criatura sem alma, a desculpa para ter matado inúmeras pessoas, mas e ele?

Porém, o melhor a ressaltar é a história que move esse quarto ano. Essa quarta temporada fecha as histórias ainda iniciadas na primeira temporada: o motivo de Cordélia receber o dom, de Darla ter retornado, de uma gravidez impossível, de um vampiro com alma. Todos os atos foram minimamente planejados, isso conforme o argumento da série, fechando assim todo um arco.

Sobre as metáforas que regem a série, vale destacar várias. Nossos atos são aceitos ou somos isentos das responsabilidades de nossos erros, a partir do fato de termos uma desculpa plausível? Todos os personagens nesses dois anos, cometem erros, falhas e ações que os colocam numa relação que os não diferenciam de seus inimigos, ou os chamados violões da história. Essa ideia fica clara mais ao final da temporada, quando eles recebem a oferta de dirigir a filial da empresa de advogacia de Los Angeles.

Fora esses temas, houve ainda na série varias referencias à vida, morte, pecados, arrependimentos, redenção, preconceitos, escolhas, o preço a se pagar para se ter o quer na vida ou mesmo o desejo de se ter a paz, mediante ao sacrifícios de inocentes. Todos que percorrem essa série desejam algo, apenas algo: dinheiro, poder, perdão, paz, ou apenas viverem, mas são confrontados pelos seus erros, suas limitações ou suas hipocrisias.





Vale ressaltar também nesse quarto ano a relação de Lailah com Wesley. O que era baseado apena numa troca de prazeres, mostrou-se muito mais ligada a sentimentos, dando a entender que por mais que queiramos manter relações frias, baseadas em acordos, sentimentos sempre florescem, são despertados, enfim, vividos. O desfecho entre eles se deu de uma forma muito comovente e sensível, meio que humanizando a personagem dela.

No final, a questão que fica é: todos tem um preço, até quando iremos resistir as ofertas?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Flor do deserto

 
Em “Flor do deserto” o que tem de peso sobre esse filme é a sua história. O drama real da modelo Waris Diries (Liya Kebede), uma garota que fugiu da miséria de sua terra para conquistar, anos mais tarde, as passarelas de vários países.

Essa história até poderia soar batido ou clichê, já que retrata o sonho da grande maioria das garotas. Mas aqui, a diretora não está interessada em abordar o caminho da menina humilde que é descoberta por um homem e transformada num ícone de beleza e da moda, mas no drama de uma garota que presa à sua cultura, ainda quando pequena é marcada por um sinal e uma tradição que a muda por completo.

O filme começa com Waris nas ruas da Inglaterra procurando por comida até que encontra por acaso Marylin (Sally Hawkins), uma balconista de loja. Ela, por insistência da garota a seguindo, a acolhe e arruma um simples emprego pra ela numa lanchonete. Essa é a primeira pessoa que mudará por completo de Waris. A segunda será Terry Donaldson (Timothy Spall), um fotógrafo que admirado com a beleza dela, a convence, com muita dificuldade, a ser fotografada por ele.

 


Após esses dois sujeitos mudarem, de forma distinta a vida dela, o longa mostra pouco a pouco sua ascensão como modelo e a dificuldade em conseguir um visto como cidadã inglesa, já que o seu passaporte expirou e ela pode ser deportada a qualquer momento.

Conseguido a realização desse caminho, o longa parte para o que realmente importa e veio: deflagrar e mostrar os horrores de uma tradição sobre a vida das mulheres de sua terra. Até esse momento da história, por meio de flash-back, já conhecemos praticamente todo o seu passado, do ponto em que era apenas uma garota que foi prometida em casamento a um velho da aldeia, de sua fuga para a casa de sua avó, até o ponto em que ela vai para a Inglaterra.

Flor do deserto” não quer ser um conto de fadas, mas um filme denúncia sobre a miséria que assola a África, em mais específico a Somália e sobre a circuncisão que mesmo diante da inexistência desse fato no Alcorão, ainda acontece com fatores ligados a religião. Essa circuncisão consiste em cortar a região da genital feminina, retirar a clitóris e pós isso, costurar a ferida com espinhos dos cactos do deserto.

Esse procedimento, devido a precariedade com que é feito somado ao mal cuidado com a ferida, pode levar a uma infeção generalizada com consequência de morte e durante toda a vida da mulher esse procedimento ainda poderá causar fortes dores e problemas mais sérios. O motivo para tal prática está relacionado à pureza da mulher, somente assim é que elas poderão deixar de serem sujas.

 


Com relação ao filme, ele tem algumas falhas na estrutura de sua montagem. Aparecem no decorrer do longa cerca de quatro flash-back. O primeiro e o último têm sua importância, mas os outros dois quebram a fluência do roteiro. O uso em excesso desse recurso não faz bem ao filme e isso se percebe claramente nesse longa.

Outro ponto que de destoa de todo o drama é a inserção de um possível caso amoroso de Waris. Ele aparece em três momentos. Sua ponta é costurada ao final, mas sua presença não tem de fato uma importância para essa história. Deixa a entender que a diretora esqueceu desse detalhe na construção do roteiro e o colocou de última hora, prejudicando o todo.

Mas se há essas falhas, o peso do drama/história, o elenco e as fotografia ajudam. No começo do longa e ao final são mostradas belas paisagens de uma África desértica, seca e pobre. As cenas em que mostram de cima para baixo a pequena Waris andando no deserto são de uma beleza única.


 


A diretora soube mostrar com cautela e sem melodrama as dificuldades pelas quais essa população passa. No elenco a diretora optou por dar o papel principal a uma modelo africana, essa escolha dá mais veracidade ao drama e para dar um certo apoio e consistência ao elenco, ela optou por dois atores ingleses de peso, Timothy Spall e Sally Hawkins. Eles ao centro da trama são ótimos, destaque para Sally Hawkins

Flor de deserto” é um tipico drama que aparentemente vai contar o mais do mesmo, mas que surpreende pelos rumos que tomam ao final e o desfecho é o clímax de todo esse drama. O discurso que encerra essa trama é comovente e serve como um recado, um claro recado.



 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tinha que ser você

 

Simples em seu contexto, porém com belas atuações e um clima de tristeza envolta de beleza sobre os seus personagens.

Harvey (Dustin Hoffman) vai para Inglaterra ver o casamento da filha que não vê há um bom tempo. Durante a viagem, ele tem problemas com seu emprego e chegando ao casamento, toda as desgraças que poderiam acontecer ao longo de sua vida, acontecem em menos de 24 horas: perde o emprego, fica hospedado num hotel sozinho, pois todos os convidados estão numa casa alugada pela ex-mulher e por fim, fica sabendo que a filha convidou o padrasto para levá-la ao altar. Após esses fatores,Harvey sente-se perdido e desorientado.

Paralelamente conhecemos também Kate (Emma Thompson). Ela é uma mulher simpática, sozinha e que tem uma mãe um pouco neurótica, ela liga a cada momento inoportuno para a filha informar que seu vizinho pode ser um assassino em série e que ela está em perigo. Kate perdeu as esperanças de encontrar alguém e no meio de tudo isso, tem que suportar sua mãe dando conselhos nada virtuosos ou animadores sobre a sua solidão. A vida para ela também não é nada fácil e percebemos sua angústia ainda nas primeiras cenas do filme, quando uma amiga do trabalho tenta lhe arranjar um encontro com a amigo da esposo. O que era para ser uma noite apenas agradável, torna-se num momento doloroso, a cena dela no banheiro é de uma profundidade imensa.

 
Nesse caminho tão perdido desses dois sujeitos, eles se encontram num restaurante. Ela pra almoçar, ele pra tentar ficar bêbado até o seu próximo voo chegar, já que perdeu o anterior. O que começa com tentativas de conversas nada rentáveis por parte dele, aos poucos, um certo companheirismo vai aproximando esse casal. Eles não tem nada em comum, seja nos gostos por literatura ou na forma de ver a vida, mas ainda sim eles conversam, trocam piadas nada engraçadas, caminham e caminham esperando o tempo passar.

O tempo passa e mesmo eles se despedindo diversas vezes ao decorrer do dia, Harvey sempre volta a querer encontrá-la, pois é como se ele quisesse apostar nesse encontro inesperado, uma chance para tentar ser feliz, se não feliz, algo parecido. E ela está nesse mesmo embate, nessa mesma sensação e expectativa.

O filme tem em sua estrutura um clima e ares de maturidade, de aceitação da vida. Tanto Harvey quanto Kate já passaram por relacionamentos, casos e não esperam grandes surpresas em suas vidas. Quando há esse encontro repentino entre eles, os dois percebem que há ainda algo esperando por eles. Não há ilusão ou grandes planos, pois a realidade é firme e forte sobre eles, porém mesmo assim, eles tentam. Nessa ideia entram em cena a euforia dele ao final do drama, as uvas dela empacotadas com todo o cuidado esperando por ele.



Outro grande destaque do longa é como seus personagens foram trabalhados e construídos com tanta delicadeza e isso também só é possível graças ao ótimo trabalho de Dustin Hoffman e Emma Thompson. Os dois estão incríveis em seus papéis, transparecem todos os sentimentos possíveis. Não sabemos por quais motivos Harvey se afastou de fato de sua família ou por qual razão Kate não tenha encontrado alguém em sua vida, mas é perceptível uma dor e tristeza em seus semblantes, uma ligeira melancolia em seus olhos, uma falta de algo.

O título não poderia ser melhor, “Tinha que ser você” obtém mais ternura e cumplicidade do que o original, isso ao meu ver, que no caso é “A última chance de Harvey”. Esse é um drama em que o peso do tempo e da vida estão sobre os ombros dos seus protagonistas, porém, mesmo diante desse fardo irreversível, eles ainda sonham e agem. Ao final, o que podemos sentir é um certo conforto misturado a uma alegria, uma sensação de aceitação envolta de um clima de maturidade pairando sobre o ar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Angel - 3ª temporada

A série, sobre um vampiro com alma que tenta buscar a redenção para os seus pecados e passa a lutar contra toda a forma de mal nas ruas da cidade de Los Angeles, teve um total de cinco temporadas. Nascida de Buffy, a série, em certos momentos de sua vida, obteve mais audiência e boas críticas do que sua criadora.

Angel, o protagonista dessa história, conjuntamente dos seus amigos Fred, Wesley, Gunn e Cordelia continuam com sua batalha contra o mal. Enfrentando demônios, espíritos, seitas, feiticeiros e claro, vampiros, eles têm como grande inimigo a empresa de advogacia Wolfram & Hart e como aliado para deter o Mal na terra “Os Poderes que Valem”. Por meio de visões enviadas à Cordélia, eles se comunicam com Angel e o direcionam nessa empreitada. Em meio a essa jornada, são nas temporadas finais que a série dá uma clímax no roteiro. Apesar do último ano não ter sido tão interessante, o terceiro e quarto compensam a última temporada.

Na terceira, um antigo inimigo de Angel reaparece para jurar vingança, mediante a um sacrifício um filho inesperado nasce, Wesley, se distancia do grupo e se envolve com Laia, numa relação tórrida e comovente e Cordelia aceita sua ascensão. Já no quarto ano, o retorno de Cordy traz consigo toda a revelação de um segredo e um plano minimamente colocado em prática com uma única finalidade. Algumas alianças são questionadas e outros inimigos se unem com um propósito em comum e por fim uma Besta é liberada na Terra para preparar o caminho para a chegada de seu mestre.



 
Após o final da segunda temporada, Angel mergulha numa profunda depressão devido a morte de Buffy, isso no primeiro episódio, porém ao final deste, é mostrado uma cena que será o fio condutor de toda a terceira temporada, que é o reaparecimento de Darla agora grávida de Angel. Devido aos dois estarem mortos, essa gravidez é impossível, sendo assim, todos tentam compreender o que cerca essa criança, tanto Angel com a ajuda de seus amigos, quanto a companhia de advogacia que não esperava isso e o fator mais complicado de tudo é que esse pequeno, segundo as profecias e visões a respeito dele, pode trazer um inferno à Terra.

Um novo vilão é também nos apresentado. Numa época do passado, quando Angel ainda era Angelus, ele juntamente de Darla assassinaram toda a família de um caçador de vampiros. Este por sua vez, faz um pacto com um demônio, para poder voltar a vida e jurar vingança. Dito e feito, ele retorna nesse tempo. Com Angel em crise sobre a ideia de ser pai e Darla com um filho inesperado em seu ventre, esses dois vampiros viram presas fáceis para esse caçador.

Fred, que era uma prisioneira no reino de Palyas, entra para o grupo. Devido a sua inteligencia, ela se torna de grande ajuda. Wesley, passa a ter uma feição por ela, mas é surpreendido pelo envolvimento dela com Gunn. Isso o levará a ficar cada vez mais distante e fora do grupo o colando próximo ao final da temporada em lados opostos e num caso com Laila. Angel, em meio a tudo isso, passa a ter uma forte aproximação com Cordelia e ela por sua vez, devido as constantes visões dos Poderes, se vê numa situação desconfortável, com sua vida em risco, caso ela continue com esse dom.

Essa terceira temporada se mostrou bem acima da segundo ano e com mais histórias voltadas ao arco principal do enredo. A personagem de Cordélia que até a segunda temporada foi se modificando, tornando-se mais sensível e consciente dos fatos que a cercavam, neste ano tem esse lado aprofundando. Os episódios "Billy", "Feliz Aniversário" e "À espera nos bastidores" mostram mais essa nova personalidade. A trama baseada em seu aniversário e que tem ela como peça central do episódio, muda os rumos da personagem dentro da temporada e será essa mudança que fará com que fatos futuros aconteçam, tendo o seu momento maior no último episódio. A personagem de Lailah ganha mais presença neste terceiro ano, tendo seu desfecho no quarto e o meio demônio Lorne ganha mais presença dentro da turma.

Destaque desse ano são para os episódios centrados no nascimento de Connor, no sacrifício de Darla, que devido a alma do seu filho, se redimi dos seus pecados e se entrega à morte para que seu filho possa nascer e por fim, ao episódio "Amanhã" que encerra a temporada. Diferentemente de outras séries, aqui não há nenhum ser que está tetando destruir o mundo ou domá-lo, ou mesmo abrir as bocas do submundo. Apenas uma vingança que é colocada em prática e uma pessoa que se despede.