terça-feira, 28 de junho de 2011

Inverno

Esse frio está intenso, a preguiça também. Preciso voltar a postar, mas está dificil. Essa semana começou True Blood, quarta temporada.

E além disso, estou louco pra ver o longa "A árvore". Fora isso, tenho um par de filmes para ver, dentre ele os brasileiro "Viajo porque preciso, volto porque te amo" e "Insolação".

Tem um ex-lançamento de Woody Allen com a comédia "VocÊ vai conhecer o homem dos seus sonhos", será q é bom e o fodástico, pelo menos na sinopse, "Biutiful", com Javier Bardem com direção Alejandro González Iñárritu.`Esse preciso ver realmente. Haja disposição.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Chéri

Suave e belo. Amor, desejo e o irreversível tempo marcam Chéri.

Ambientado na Bello Époque da França antes da Primeira Guerra Mundial, Chéri conta a história de uma bela cortesã, Léa (Michelle Pfeiffer), que a pedido de uma antiga companheira de profissão, Madame Peloux (Kate Bates), passa a cuidar do filho dela, o educando no que diz respeito a sexo e vida íntima.

Devido ao rapaz manter constantemente uma vida sem responsabilidades e cheia de bebidas e drogas, sua mãe vê nesse ensinamento uma forma de dar ao rapaz as rédeas que ela não conseguiu colocar nele. Com o passar dos anos, os dois se envolvem fortemente, preocupando a mãe do jovem que então arranja um casamento para ele. Sem poder alterar essa situação, os dois tentam levar esse fato da forma mais simples possível, porém a ligação entre os dois é mais forte que eles poderiam imaginar.



O longa transita mostrando o lado dos dois personagens em tempos distintos começando por Léa que é madura e sabe o que está em jogo. Ao se envolver com Chéri, tinha uma ligeira ideia que poderia se apaixonar por ele, mas como em todos os outros relacionamentos, ela iria superar, mas não é o que acontece.

Após o casamento dele, por mais que ela saia, beba, se relacione e diga a si mesma que seguirá em frente ela não consegue. Peloux sabendo dos sentimentos dela por ele, destila ainda mais o veneno sobre ela. Mas num certo momento ela resolve viajar e simplesmente tentar viver. Abandoa a cidade e não comenta a ninguém para onde vai. Nesse momento Chéri volta de sua viagem e não a encontra. Nesse momento é ele que sentirá um grande vazio e assim conheceremos um pouco mais de seus sentimentos.

O tempo as vezes chega a ser cruel e rude, o desejo por liberdade também. Chéri é um jovem que busca viver intensamente os prazeres da vida. Ao conhecer Léa, sua única preocupação era o presente, mas ao se separarem, a distância dela passou a martirizá-lo de uma forma que nem mesmo ele conseguia compreender, deixando-o confuso.

Ele a ama, a deseja, mas não sabe como agir. Sendo casado não manterá uma relação estável com a esposa, uma jovem que o ama apesar de tudo.  A vida que possuía voltará a ter, ou seja, bebidas e drogas. Toda essa agitação causará um certo desconforto em sua mãe. A busca frenética por ela o levará a sua destruição. Mimado e imaturo, ao mesmo tempo em que ele quer tê-la, tem receio da idade que os separa e da velhice que a acompanha.



Esse não é um filme em que o tempo que os separa os unirá, mas um drama sobre como o tempo pode ser rude tanto para ela, que possui muita experiência na vida, quanto para ele que por ser novo não sabe o quer da vida. Amor, desejo, dor e paixão serão sentimentos vivenciados pelos dois no decorrer da história.

Com uma ambientação digna de uma Paris que respira arte e riqueza, longa do diretor Stephen Frears consegue capturar toda essência desse momento francês. A trilha sonora é gostosa cheia de momentos de tensão principalmente ao final do longa.

A voz em off que guia o começo e o fim é muito bem utilizada pecando apenas por não nos dar o fim que teve Léa. A direção é bela e clássica, segura e dramática e as atuações são o forte do filme.



Michele Pfeiffer está radiante como Léa. Bela e cociente de sua idade, consegue expressar a dor da insegurança e o receio da solidão em seus olhos, o destaque desse filme fica por conta dela mesmo. Um ponto interessante é que desde quando ela voltou a atuar, a maioria de suas personagens tem como tema central a questão da idade e em todos esses papéis conseguiu boas críticas, mostrando que é possível conseguir bons personagens com o passar do tempo.

Kate Bates como a mãe do Chéri está encantadora. Alternando momentos cômicos com dramáticos sua atuação é forte e consistente, mostrando a grandiosidade dessa atriz. O ator que interpreta Chéri faz uma atuação meio confusa, sua expressão não consegue repassar o que ele realmente está sentido.

Chéri é um filme de época, belo como dever ser e clássico como de costume. Conseguiu obter boas críticas pelos festivais em que passou. Um filme cativante que mesmo retratando um período tão distante, ainda consegue expressar questões tão atuais, como a juventude e o tempo, pois afinal, a velhice ainda continua nos causando desconforto e medo.

Medos

Uma carta lançada ao vento sobrevoou tantos metros e caiu sobre o chão de uma praça. Um jovem andava por ela e a avistou por entre a vegetação tão rala e morta devido ao forte inverno daquela estação. O dia estava acinzentado. O sol já não mais esquentava, estava lá nos céus por obrigação. O vento soprava forte, um sentimento tão triste pareava sobre aquela praça. Ele foi à direção daquela carta. A abriu com toda a delicadeza. Nela, palavras rasuradas, reescritas, manchadas. Uma escrita difícil, torta, sobre uma tinta preta declarava palavras desconexas.

Palavras, palavras. Um pequeno papel expressava tanta dor. Tanta sinceridade havia naquela carta. Tanto desejo de luta. Ele se viu envolvido com aquela dor. Ele fechou os olhos e imaginou essa pessoa. Um vento gelado veio sobre ele. Sentiu a morte passando por si. O som do vento e do nada o atemorizou. Nada, nada, nada, essa palavra jazia em seus pensamentos. Um vazio, uma escuridão. A ausência de toda ideia, todo sentimento, tudo o que poderia pensar ou não em existir.

Morrer, viver, sofrer, sentir. Verbos em ação que se conjugam com tanta facilidade e se vivem com tanta dificuldade. Morrer, esquecer, terminar um sofrimento contínuo. Viver sem medo, Sofrer por amor e pela dor, pela alegria e tristeza, pelo desejo e ressentimento. Sentir tensão e prazer, fobia e calmaria.

Presos a vida, estamos inseridos a fazer escolhas e a nos arrepender por elas. E esse sentimento é terrível, agonizante, nos confronta a cada segundo, minuto, horas, dias e anos. Se eu tivesse feito isso, por que fiz aquilo? Somos movidos por remorsos e medos de errarmos. Arrependimento que dura uma eternidade, que até nos últimos segundos de nossos suspiros se levantam contra nós. O tempo é massacrante, ele nos rouba tudo o que possuímos: nossas esperanças, sonhos, projetos e vida. Quando éramos crianças, imaginávamos o que poderíamos ser, o céus era o nosso limite, ou não. Crescemos, caímos, erramos e chegamos e não chegamos. Quando pensamos no amanhã vem o medo, pois o tempo já não é mais o mesmo. Se antes estava ao nosso favor, agora luta contra nós.

Existe uma dor que é mortal, que nos fere e simplesmente nos arranca toda vontade de viver. Sua ferida não cicatriza, mas pelo contrário, sangra constantemente sem cessar. Por mais que tentamos, ela insiste em ferir, doer e nos fazer sofrer. A desilusão da vida, a perca da esperança. Simplesmente a perca dos objetivos. A morte já é um mistério, mas talvez também um conforto.


sábado, 11 de junho de 2011

Em um Mundo melhor

Em um mundo melhor

Susanie Bier entrega um longa que caminha numa linha tênue, entre um filme que se apóia no melodrama e uma história calcada numa direção firme e segura que não deixa espaço para saídas fáceis. Apesar do drama conter algumas lições de morais contidas ao final da película, a forma como ela é direcionada faz com que aceitemos essas ideias e venhamos concordar com a diretora em seus pensamentos, que no caso quer mostrar como a violência, englobada em todas as suas formas ou denominações, não vale a pena.

No longa conhecemos duas realidades distintas e distantes entre si. Num país do continente africano vemos o médico Anton (Mikael Persbrandt) se dedicar a salvar a vidas de um povoado, uma tribo, enfim, um grupo de pessoas que estão à margem de qualquer amparo de um país. Lá ele se depara com a miséria, falta de recursos em que nem a estrutura básica para realizar procedimentos cirúrgicos há de fato.

Além disso há também a fome, falta de perspectiva e a violência que assume sua face mais clara, nas ações de um homem que coordena um grupo armado que vive atemorizando as pessoas daquela tribo, a ponto de escolher mulheres que estão grávidas a dedo para abrir literalmente suas barrigas por pura e simples diversão, matando assim a mãe e o filho que ainda está em gestação no útero da mãe.




Distante dele há uma outra realidade bem diferente. Na Dinamarca, país desenvolvido, com alta qualidade de vida, seu filho, Elias, enfrenta todos os dias no colégio implicância de outros alunos. Por ele ser mais fraco e reservado, acabada sofrendo bulling dos outros adolescentes. Os professores tem conhecimento, mas nada fazem para mudar, acham esse comportamento normal e se invadir o espaço dessas crianças acabarão por prejudicá-las.

Nesse colégio chega um novo aluno,Crisitan, um garoto que perdeu a mãe por câncer a pouco tempo e ainda culpa a todos por isso, inclusive seu pai, que aos olhos dele, permitiu que sua mãe morresse. Ele sente ódio de todos, sente-se injustiçado e ao ver Elias sendo ridicularizado e apanhando de um dos garotos do colégio que é tido como o líder, sem pensar nas consequências ele o protege comprando a briga e batendo nesse garoto. A partir desse momento, os dois se tornam fortes amigos, onde um está sempre a proteger o outro.

O que a diretora quer abordar com esse drama é como a violência está posta em nossa sociedade, seja num ambiente escasso de educação, democracia e justiça ou num país considerado desenvolvido e com alta qualidade de vida.

Por mais que venhamos ser corretos, em algum momento agiremos com irracionalidade e com atitudes agressivas, por sentimentos de raiva, dor ou medo e esse é um dos pontos mais interessantes em que o drama toca, pois é no personagem de Anton que esse fato acontece.

Devido a ele viver numa realidade conturbada como a África, ele tem conhecimento de que a violência, qualquer que seja sua esfera ou o seu motivo, não merece ser praticada, pois não é com um ato violento, de extrema força, que conseguiremos nos impor ou ser respeitados. Porém, em certa altura do longa, ele também é acometido pela raiva e deixa-se ser levado por ela, fazendo com que todos os seus ensinamentos repassados para os seus filhos percam a força.



Mas se a violência o guia quase ao final do filme, com relação ao seu filho e ao amigo dele, ela os direciona em todo momento, chegando a um ápice em os dois perceberão que todo ato, infelizmente, gera uma consequência e que nada mais podemos fazer para reverter esse fato.
Alguns viram nesse filme apenas uma discussão sobre bulling, tema esse muito estudado nos últimos anos e que vem ganhando cada vez mais presença nos debates envolvendo a sociedade, já que somente agora percebe-se que atos como esses de humilhação podem provocar sérios transtornos sejam em crianças, ou em adolescentes.

Mas o longa vai além disso e aborda um assunto mais delicado e complexo que é a violência e como ela está inserida em nossa sociedade. Praticar a justiça pelas próprias mãos, se defender de uma agressão valendo-se das mesmas armas. Tantos são os motivos para se usar da violência que as vezes perdemos o conceito de sua essência, da ideia que rege essa palavra. Um ato violento deixa de ser “violento” só porque ele é guiado por motivos mais nobres? Por esses motivos o drama ganha substância e importância.



Com relação a estruturas técnicas o drama tem ótimos momentos como na fotografia em que obtém ótimos planos revelando uma África miserável, porém bela em toda a sua pobreza. A trilha sonora é contida, o trabalho com os atores é admirável. O personagem de Anton, assim como a do garoto Cristian, são os que mais brilham. Um, pela forma como critica todo ato violento e o segundo pelo modo como materializa e canaliza toda sua raiva diante do mundo em atos violentos.

Após se lançar em terreno americano com o mediano Coisas que perdemos pelo caminho, Susanie Bier entrega um drama consistente, profundo e sensível, as vezes caindo num melodrama, como ocorreu com seu último, mas ainda sim, mantendo a linha e a seriedade que o tema pede. Ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, se mereceu realmente, já é uma outra questão, mas esse filme tem seus méritos por ter sido indicado.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Janelas

Numa janela vejo o horizonte que me cerca. Olhando vejo um mundo, olho o céu, ele está tão esplêndido. O dia reina tão belamente. Cores e tons cobrem o dia.

Apenas vejo, vejo e me perco. Com um suspiro de lamento apenas observo. Observo e vejo a vida a passar como um rio que segue seu destino e não volta.

O arrependimento parece como uma sombra tentando nos devorar e o tempo como um tic-tac que vai tragando toda nossa essência. Um sorriso brota dos meus lábios, então vejo, faço parte desse cenário, não dos que participam, mas daqueles que observam.

Fecho os olhos e apenas sinto um silêncio, abro os olhos novamente e lá está o horizonte ainda intocável e eu atrás da janela apenas observando.

Amor sem escalas

Com um roteiro inteligente e sagas, drama trabalha a questão da solidão e o vazio em todos nós.

Olhando para o título do filme, “Amor sem escalas” poderia lembrar uma daquelas comédias românticas bobas, talvez engraçadas e com um final bem romanceado, cheio de frases que nos comovem e nos dão fortes conselhos sobre a vida, ou seja, uma auto-ajuda porreta, mas esse longa vai na contra mão e nos mostra um drama denso, adulto, maduro e com um desfecho que com certeza não agradaria aos fãs desses tipos de comédias românticas.
Pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise, Ryan Bingham (George Clooney) sempre se contentou com um estilo de vida desapegado, passando em meio a aeroportos, hotéis e carros alugados. Ele consegue carregar tudo o que precisa em uma mala de mão, é membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir 10 milhões de milhas voadas.
Mas quando o chefe de Ryan, inspirado por uma eficiente e novata funcionária Natalie (Anna Kendrick) ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa, ele se vê entre a perspectiva – ao mesmo tempo aterrorizante e agradável – de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar. Nesse meio tempo ele conhece ainda Alex (Vera Farminga), uma mulher atraente com todas as qualidades e defeitos que ele possui, porém na versão mulher, ou como ela mesmo diz em certa altura do filme, ele com uma vagina.



O que vemos nesse drama é a solidão nos mais diversos tipos e formas e ela se materializa com exatidão no apartamento de Ryan. Sempre há apenas uma cadeira em seu apartamento, uma única escova de dentes em seu banheiro ou durantes as viagens sempre há uma poltrona vazia ao lado. Vivendo pouco em seu apartamento, nunca conhece os vizinhos, sua família nunca consegue encontrá-lo, amigos praticamente não têm. Não pensa em se casar ou ter filhos.

Assim é a solidão em que ele está inserido, mesmo caminhando entre tantas pessoas e conversando com várias, Ryan se sente só e ele simplesmente se rende a esse modo de vida por escolha.

Mas duas pessoas o marcarão fortemente, mesmo a contragosto. Primeiro sua parceira, Natalie que o acompanha em algumas viagens e o questiona constantemente sobre seu modo de vida e se ele fica chocado com o trabalho que realizam. Apesar de Natalie entrar como uma nova proposta, a de informatizar um trabalhão já muito frio e de certa forma desgastante, ela não consegue encontrar as palavras corretas para usar na hora de demitir alguém. Por mais que queira, não consegue ser distante da dor dos outros ou insensível num momento tão trágico na vida de alguém.
Ryan é contra esse método, não pelo fato desse sistema ser desumano, mas porque as chances dele não poder mais viajar constantemente o aflige. Ter que passar os natais, festas de fim de ano e ações de graça (no caso dos americanos) em casa não é uma boa ideia, pois sua vida é solitária e esse fato ele mesmo reconhece.

Já outra mulher que causará um certo abalo em sua rotina é Alex, com quem ele desensolve uma relação movida a sexo. Os dois se sentem bem juntos, mesmo não havendo nenhum compromisso entre eles. Tentam agendar suas viagens para que possam se encontrar, mas a partir do momento que essas duas relações vão caminhando, Ryan percebe a vida que escolheu e o final para essa opção nem sempre é agradável.


O elenco se sai muito bem em suas atuações. Clooney está confortável encarnando um homem insensível. Vera Farmiga está brilhante como uma mulher madura e decidida, mas a surpresa vem com Anna Kendrick como Natalie. Divertida, tentando aparentar ser ambiciosa, uma atuação leve e gostosa. Por essa atuação conseguiu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Seu único trabalho anterior havia sido Crepúsculo.

Conduzido de forma brilhante pelo diretor Jason Reitman, que já havia dirigido e se consagrado com a comédia Juno, Amor sem escala vai na direção de um filme profundo e sério que tem como o único objetivo fazer uma reflexão sobre a solidão e como nos habituamos a ela.
Todo o drama tem um toque seco, frio e os cenários em que os dois estão sempre com paisagens gélidas e temperaturas baixíssimas, ajuda a compor essa ideia de frieza nesse serviço e na vida deste homem.
Mas diante de todos esses detalhes, o desfecho para essa história é o que mais impressiona. Há um vazio, uma falta, uma ligeira tristeza, enfim, há a solidão tão presente e marcante. Todos se acostumam com a solidão ou tentam conviver com ela.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dias contínuos

Todos buscamos por algo, por um sonho, por uma prece, por sermos ouvidos, amados, aceitos ou compreendidos. Caminhamos, mas sem saber a que caminho essa trilha nos levará. A dor está sempre presente, o medo e o receio de viver e morrer também. Lutamos, falhamos, choramos, levantamos, sonhamos e desejamos como uma árvore em meio a um deserto. Folhas de morte, frutos de dor, aroma pesado, beleza estagnaste e sufocante.

Crescer é doloroso. Escolher, sacrificar, ver e reconhecer é uma das lições mais difíceis. O que temos? Por que assim sofremos? Os caminhos de Deus são misteriosos, diria o coração mais convicto em Deus. A vida é assim, as coisas simplesmente são assim, só basta aceitarmos, diria a vã psicologia que sempre tenta nos dar uma reposta para aquilo que já sabemos, mas simplesmente nunca queremos aceitar. Torna-te quem tu és. Mas se aquilo que somos causa-nos repulsa, medo, dor e angústia. Como então?

Viver pode ser um longo e triste martírio sem fim. A música que toca é tão triste e tão amarga, porém tão bela e envolvente que nos leva a buscarmos, lutarmos e vivermos. Hoje estou triste, amargurado, amanhã, talvez não. Os sentimentos são tão instáveis quanto as ondas do mar.

Sossego, essa é uma palavra que simplesmente eu não entendo, assim como a alegria, o desejo, o medo, a ansiedade, a raiva e ódio. Prazer, o que é o prazer se não uma mistura de sensações e sentimentos, toques e desejos. Sentimentos tao abstratos, mas tão presentes.

As folhas brotam e o sol reaparece, conjuntamente com a simplicidade da vida, com o aroma do dia, como um brilho, como águas de um imenso mar que quebram o silêncio da alma mais entristecida e infinita do mundo. Essas ondas preenchem e assume a direção e nos faz esquecer aqueles momentos e instantes em que o cansaço já havia nos vencido e nos impedido de superarmos as marés e as tempestades.