terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Nome Próprio



Leandra Leal encarna com competência e maestria uma personagem intensa, ousada, perdida, forte e auto-destrutiva. Ela é Camila, uma jovem que sonha em ser escritora e vê nos fracassos de sua vida amorosa, a densidade necessária para lever essa história adiante. Ela se expõe e deixa revelado a todos que a cercam seus medos e desejos. Se fere, se machuca, sangra, xinga e vive ao extremo, mas sempre tentando. 

O longa começa com Felipe (Juliano Cazarré) expulsando Camila do seu apartamento. Ela o traiu, ele nao aceita mais a relação, ela insiste que ele ainda a ama e que aquela traição foi por culpa dele também. De nada adiante, ela então vai morar por alguns dias na casa de um amigo, Marcio (Munir Kanaan). Lá, tenta se recompor, mas não, ela está em desespero, não aceitando tudo o que aconteceu. 

Limpa constantemente a casa, numa atitude de tentar organizar sua vida, fuma inúmeros cigarros e toma remédios pra tentar controlar sua ansiedade. Ela quer ter o controle de tudo, mas devido a não o ter, se sente cada vez mais perdida. Presa no apartamento, sem emprego ou dinheiro, só lhe resta escrever e escrever. Primeiramente com fatos pessoais de sua vida que ela publica em seu blog, fato esse que deixa Felipe irado com ela. Depois de todas as suas desilusões amorosas, incluindo suas falhas e seus erros. 

Camila tem o desejo de se tornar escritora. Vai buscar nas suas desilusões amorosas a força que precisa. Primeiro do término do seu namoro, depois com um caso, com seus erros e com tudo depois o que lhe acontece. Depois, de todas as escolhas que faz, sendo erradas ou não.Como em uma montanha russa ela cai, levanta, cai novamente, chega ao mais puro e profundo poço e tenta novamente.

Os dias seguem e quando pensamos que tudo pode se ajeitar em sua vida, só piora. Muitos são as pessoas que tentam ajudá-la, mas todas ao fazer isso, acabam se ferindo. Ela quer fazer o que é certo, mas sempre faz o que é errado. Quando sente que conseguiu se encontrar, percebe a dor da desilusão e sabe como é ser traída, ela chora, mas se levanta, em busca de um nome próprio, uma indetidade que é exclusivamente sua.



"Nome Próprio" com direção de Murillo Salles é um filme intenso. Baseado na obra de Clarah Averbucks, ele retira dessa história toda carga dramática. Não é um drama fácil, pois Camila, nossa protagonista, erra e erra feio. Trai o namorado, briga com ele, usa todos a sua volta como objetos, transa com o namorado da amiga na sua frente. Tudo que uma protagonista jamais faria e com isso, fica difícil torcemos por ela. Mas ainda sim, torcemos.

O longa tem um direção segura, uma trilha sonora suave que nao pesa as cenas. A iluminação deixa a todos mais cru e revela todas as imperfeições de seus personagens. Vemos uma Leandra Leal verdadeira, sem beleza e com susa ansiedades estampadas em cada movimento seu. Algums cenas dizem muito, os pés que não se param de bater quando ela está em frente ao computador, ou no banho, quando o ralo está intupido. A tentativa constante de limpar a casa, tudo ao seu redor está, aos seus olhos, errado, sujo, errado e ela tenta, mas sabe que nao pode dominar toda sua vida. A tentativa de lavar as escadarias do apartamento é uma prova disso.

"Nome próprio" foi bem recebido pela crítica, mas infelizmente exibido em poucas salas. Um filme intenso e que nos prende. Um pouco demorado, poderia ter uma edição melhor. As falas em off, com as escritas aparecendo na tela e nas paredes, deixam o drama ainda mais belo. A cena final, tão poética e profunda, deixam esse longa ainda mais encantador. Duas Camilas diante de nós, com seus medos e ousadia, tentando e tentando, mesmo se ferindo. Essa é a sua busca, a de se encontrar em meio a dor, se punindo, se machucando. Ela vê na dor e no erro um motor para a sua vida. Assim é esse filme, um drama onde não há momentos de risos, em que a dor se estabele como impulso que rege a vida.




segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A vida de outra mulher



Marie (Juliette Binoche) esta numa casa com sua mãe cuidando do pai doente. Nesse fim de semana conhece Paul (Matthieu Kassovitz). Eles trocam olhares, e então, sua amiga o convida para a uma festa na casa de Marie. Os dois conversam, ficam e tem uma noite de amor. Ela então acorda e percebe que está num lugar diferente. Não consegue entender nada, está mais velha, num apartamento de luxo em Paris, com um filho e uma empregada. Se olha no espelho e não se reconhece, percebe que é uma outra mulher. Se passaram 15 anos de sua vida e ela não se lembra de nada. 

Nesse momento vamos juntos com ela descobrindo o que aconteceu em sua vida. E assim ficamos sabendo que ela se casou, formou uma familia, se tornou numa empresária de sucesso e salvou a fortuna da famílida do marido. Porém, diante de tantas descobertas boas, descobriu também que seu casamento está em processe de separação. Todos a temem, e ela possui um caso com um funcionário da empresa. O pai faleceu e ela cortou as relações com sua mãe. Enfim, apesar de sua vida profissional ter alcançado as alturas, ela como pessoa caiu num profundo mar de infelicidades e desgoto. 

"A vida de outra mulher", drama francês, é um longa divertido e engraçado. Nunca sendo profundo, nunca sendo raso. Um filme bacana. É com graciosidade e leveza que vemos todo o desenrolar dessa trama. A trilha sonora é muito bem usada, ela é ótima, desde o instrumental as músicas, tudo é muito cativante. 

O drama se apóia na comicidade pra ganhar o público e consegue. A trama nao quer entender a causa desse esquecimento, mas fazer com que Marie perceba onde sua vida a levou. A vida que possui é a que realmente ela queria ter?



Tentando entender o que lhe aconteceu que tentará reconquistar seu marido, viver os dias com seu filho e buscar compreender em que pondo de sua vida ela mudou tanto. A relação com sua mãe tentará compreender também assim como se deu o falecimento do pai e ficará sabendo que não esteve tão presente assim na vida dele. Marie é vista pelos outros como uma mulher rude, grossa, sistemática e impaciente, que faz com que todos a temem e ela não consegue se ver nessa mulher que se transformou. 

Esse longa segue aquele caminho de filmes como "De repente nos 30" ou "Quero ser grande" em que a pessoa ve seu passado e não consegue se enxegar nesse futuro tão mudado. O roteiro não chega a explicar algumas informações e seu desfecho complet essa ideia deixando o longa mais belo. Não é ideia da diretora explicar a causa, mas apenas mostrar a Marie o que lhe aconteceu.

Com essa ideia que a atriz francesa Sylvie Testud estreia no cinema com uma comédia/drama simples, mas muito bem conduzindo. Porém, o que prende todo o drama e segura o filme ainda sim é a presença magnifíca de Juliette Binoche. Ela que é uma atriz mais ligada a dramas, aqui dá vida a uma personagem mais suave, engraçada, leve. Ela encanta e diverti, mas também consegue dar dramaticidade quando a cena pede e a cena final é uma prova disso. O diálogo final entre ela e Paul é intenso e tocante. 

Um filmes simples, mas que consegue agradar. Não é profundo, porém nao é raso, enfim, encanta e diverti

500 dias com ela



 
Esse é um daqueles poucos filmes que conseguem ser engraçados e dramático na mesma intensidade, enfim na medida certa. Uma comédia sobre o fim de um relacionamento, um dram sobre como aceitar esse fim e como seguir adiante.

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) é um jovem bacana, normal. Sem grandes qualidades, sem grandes defeitos, enfim, comum. Ele conhece Summer Finn (Zooey Deschanel) no emprego e fica perdidamente encantado pela beleza dela. Conforme os dias vão passando ele tenta um encontro e  numa noite tem sua grande chance, os dois conversam, trocam rizadas e ficam, começa aí então esse relacionamento. 

Mas na vida nem tudo dá certo e o namoro deles chegam ao fim. Hansen então parte para as lembranças do passado, do momento que a conheceu até o momento que tudo acabou para tentar entender o que deu errado.

Passado e presente se entrelaçam, numa mistura contínua. Ora vemos ele feliz e sorridente, cantando e dançando, sabendo que namora uma garota que gosta. Ora vemos ele triste, depressivo, prester a perder tudo o que conquistou na vida, devido a esse fim do namoro. 



"500 dias com ela" é uma bela comédia romântica sobre a dor. É nesse aspecto que está a beleza desse filme, ele consegue ser engraçado, mas ao mesmo tempo, sentimos a dor e mágoa desse rapaz. Tudo chegou ao fim e ele nao consegue entender isso. Seus amigos tentam e tentam, mas não, ele não quer ver, nçao quer perceber. 

Hansen se desespera, chora, tem crises de raiva e implora. Ela ouve, não dá atenção, tenta. Mas não há como, as vezes dá certo, as vezes não e ela tem esse conhecimento. As lembranças que vemos sãso sempre de um tempo alegres dele, lembranças essas que vem dele. Porém, as brigas, os momentos em que nada está tão bem assim, não são lembradas, não são visitadas. 

É no desfecho que se dá o melhor desse drama, ele a encontra, a reencontra, a vida dela segue e ele se lança em raiva. O mundo gira, mas ele ainda fica preso a ela. Nenhum sentimento some do nada, ele se vai aso poucos e é somente aos poucos que ele vê o que não queria e percebe que o amor entres eles ja tinha se perdido há mais tempo. 

Um filme doce e delicado com uma trilha sonora gostosa e uma direção contida, segura e terna, que consegue retirar o melhor do seu elenco. Joseph Gordon-Levitt se destaca nesse filme pelo seu carisma e competência de levar o drama a sério. Apesar da beleza de Zooey Deschanel, é ele quem leva os créditos. Engraçado, divertido e carismático.

O longa também segue esse caminho, divertido quando o momento pede, intenso quando o drama cede lugar. A cena final dele com Summer no parque é a prova disso. Um diálogo pautado por verdades, sinceridade e muita dor. 

"500 dias com ela" consegue ser isso e muito mais, um filme para se ver e se sentir.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Interiores





Uma obra densa, serena e introspectiva. Um mergulho na dor, uma tentativa de entender o silêncio que fica entre diálogos. Wood Allen traz com “Interiores” um dos seus filmes mais emblemáticos, dramáticos e singular.

Três irmãs convivem com uma dura realidade. A separação dos seus pais, divórcio esse que está sufocando e matando e vida Eve (Geraldine Page), a mãe delas. 

Renata (Diane Keaton) é a mais velha. Séria, ousada, fria e criativa. Não poupa palavras, é uma talentosa escritora, porém está passando por uma crise na produção. Respeitada no meio, é casada com um professor que não tem o mesmo prestígio que ela. Ele se sente menor que a esposa e essa sensação está aos poucos destruindo o casamento. 

Flyn (Kristin Griffith) é a do meio, sensível e muitas vezes frágil. Muito ligada com o pai, sempre está perto de sua mãe, porém a instabilidade e frieza por parte de Eve a machuca. Não sabe o que quer da vida, na verdade sempre protegida, não conseguiu se encontrar ou enfrentar algo. 

Joey (Mary Beth Hurt) é a mais nova e mais distante delas. Ela um misto das duas, sensível e forte, áspera e doce. Sobre ela não vemos muito já que o longa se centra apenas entre as duas irmãs mais velhas e tendo como motor de ira e movimento Eve. 




É com esse drama tão denso que Allen vai tentar trabalhar esse universo de dores e incertezas. “Interiores” faz uma alusão a esse espaço interno das casas, mas também ao espaço que está em nós. Os apartamentos e casas são uma representação de cada um destes personagens. A tentativa de Eve demoldar o apartamento de Fly é um modo dela querer ainda moldar os gostos e a vida de sua filha. Ela quer dominar os sentimentos desta filha que aos seus olhos é a mais distante dela. A casa de Renata sempre com tons escuros demonstrando incertezas com relação aos seus sentimentos, tanto que ela é a única a fazer análise. Não se conhece por completo. 

Tudo é tão gélido, tão vazio e tão espaçoso, sobram sentimentos. Não há sentimentos vivos, não há choques ou confrontos, não há nada. Nada é dito, nada. É nesse silêncio de palavras que Allen irá trabalhar toda dor presente nesta família. 

Fazendo uma forte referência a Ingmar Bergman, esse filme com nada se parece com a cinebiografia de Allen. Aqui não há aquele humor ou piadas sobre a vida. Os planos são estáticos, a abertura é ótima e seu desfecho esplêndido. Há tanto silencio nessa abertura e tanta calma, promovida pelos sons da maré no desfecho, um excelente trabalho do diretor. A personagem de Pearl (Maureen Stapleton) representa a vida que toda família não tem. Seu vermelho é pungente, é quente, é vivo, mexe e balança, chama a atenção e provoca. Não há como não percebê-lo, ela traz a vida a tanta morbidez e ao final, a uma personagem. 

Referencia final a Bergman é a cena final. A discussão entre Eve e Flyn é forte, dura e dilacerante. Todas as palavras não ditas são jogadas com tanta voracidade. Realidade e delírio se entrelaçam, jamais temos consciência do que esta acontecendo de verdade. Essa cena, essa discussão é uma total alusão a grande obra de Bergman, “Sonata de Outono”. Todas as palavras, sentimentos e dores são vividos nesse momento.

Luto, dor e angustia são sentimentos que merecem serem trabalhados. Eles fazem parte de nós, são eles que nos movem e nos fazem ser quem somos e “Interiores” trabalha nessa temática. Uma bela obra de Allen. Não é a sua melhor, mas é especial, porque ele trafega por um caminho não muito confortável e realiza um excelente filme.


domingo, 16 de dezembro de 2012

Margaret




 “Margaret, por que estás de luto?
Porque estás sofrendo ao longo da Unleavung Goldengrove?
Folhas, como as coisas do homem e você com seus pensamentos a cuidar.
Ah! Como o coração envelhece, ela virá, a mais fria sensação, aos poucos, nem sobrará um suspiro.
Embora muitos mintam, você ainda vai chorar e saber o porquê. Agora não importa, criança o nome: Molas e tristeza são os mesmos.
Nem boca tinha, sem nem nada em mente.
O que eu ouvi falar de coração, fantasma adivinhou: O Homem nasceu para a ferrugem, é você Margaret a chorar”



O que dizer sobre Margaret?
Com direção de Kenneth Lonergan. O mesmo que fez o terno e simples “Conte Comigo”. Aqui ele volta com destaque num filme mais denso, dramático e de certa forma, até confuso. Porém é doloroso, provocador e nos instiga a tentar compreender tanta dor. Amadurecer não é nada fácil, ainda mais quando situações pelos quais nós ainda não estamos prontos nos atingem, nos moldam, e nos fazem aceitar a vida, como ainda nós não a tivéssemos aceito. 

Lisa (Anna Paquin) é uma garota normal, com todos os medos e dúvidas de qualquer garota de sua idade. Mas nessa vida tudo muda na vida dessa garota ao presenciar um trágico acidente em que uma mulher morreu.

Após isso, ela entra num luto em que sentimentos e atitudes entrarão em conflito. Ela se sente culpada já que o acidente aconteceu devido a uma parcialidade sua, mas o motorista (Mark Ruffalo) que também teve contato direto com o incidente não assume esse peso. Isso provocará nela uma ira e sentimento de injustiça. A partir desse fato tudo se confunde e se perde em atos e movimentos pelo mais puro sentimento.



Margaret é complicado de entender. Lisa apenas quer que todos reconheçam o peso da morte, mas o fato de motorista não aceitar a sua parcela na culpa, fará com que ela o cobre por outras vias. Talvez seja ai que esteja o problema. O que move suas atitudes, esse processo e seus pensamentos? Lisa tem um grande diferencial, ela é muito humana, se comove com o outro. Seus erros estão a movendo em todos os lados, ela é impulsiva e egoísta, arrogante e carente, indecisa e medrosa, tão normal, tão adolescente.

Talvez a única falha do longa esteja na sua duração. Chega a cansar um pouco, algumas cenas ficam na dúvida, será que realmente elas precisavam aparecer, são muitos personagens. Mas a resposta para essa pergunta está também na sua duração. Um dos motivos desse drama ter ficado tanto tempo na ilha da edição esta nesse detalhe: tempo de duração. O diretor Lonergan.  queria que a obra final do seu longa ficasse em torno das três horas, tempo correto para expor todas as nuances do longa, mas os estúdios envolvidos não quiseram. Com sua negação, o filme entrou em diversos processos, até que um editor ligado a Martin Scorsese, finalizou a obra e obteve a aprovação do diretor.

Apesar dessa questão do tempo, o longa possui toda um delicadeza e profundidade. O que vemos é a crise de uma jovem que se vê diante de algo pelo qual ela não está preparada. Sua postura, sua visão de mundo, suas experiências não lhe dão todas as ferramentas básicas para enfrentar isso. Suas atitudes no longa demonstram isso, ao mesmo tempo que ela é uma jovem que deseja perder a virgindade com um adolescente qualquer, ela se joga no seu professor, como se fosse uma mulher já experiente na vida. 



O longa começa com um trilha sonora linda, tocante e terna. A tomada rodada em câmera lenta nos mostra o cotidiano das pessoas. Seus passos são lentos, suas atitudes são calmas, tudo é revelado, é nessa ideia que o longa vai tocar, um filme suave, calmo, lento que tenta visualizar aquilo que não podemos ver com clareza, as dores, as inquietações e os receios. Essas pessoas estão vivendo, andando, caminhando, o que podemos perceber por essa abertura é que na vida, nada podemos prever. A vida segue, os dias correm e as horas transpassam e nós nada podemos fazer para mudar isso. Esse acidente talvez tenha sido uma enorme fatalidade.

Há um poema lido em sala de aula que sintetiza toda obra e é a personagem desse poema que dá nome ao filme. Margaret, porque está de luto? A vida vem com suas dores, com seus pesares e você está a chorar por qual motivo? A vida segue, o mundo gira, a morte é assim. Não chore, não fique triste, o homem passa. Essa é a Lisa, uma garota que não entende o que lhe aconteceu e acha que deve compreender e aceitar. Mas na vida, não podemos controlar o amanhã, nosso atos tem consequências, isso é fato, mas ainda sim, não saberemos que nos acontecerá caso tomemos certas escolhas.

O elenco está ótimo. Ana Paquin lidera o drama com competência, graciosidade e ternura. Completam o time Matthew Broderick, Matt Damon, Jean Reno e J. Smith-Cameron.  O roteiro é consistente, uma verdadeira poesia sobre a vida e mudança dos sentimentos. Um filme que se vê e revê inúmeras vezes, um longa que fica em sua mente após a projeção e apesar do passar dos dias, você ainda está preso a esse drama, tentando compreender tudo a o que viu.

Um filme que gera dúvidas e que toca profundamente.