quinta-feira, 23 de maio de 2013

Deixe a luz acesa, ...


 Em “Deixe a luz acesa”, drama expõe homossexualismo e dependência em drogas, mas também o vazio de uma geração, de uma sociedade. Sentimentos de medo e de solidão, a não realização, a busca por algo que nos complete e que nos faça sentir mais seguro com relação a tudo o que nos cerca estão nesse drama, estão sobre esses personagens. 

Uma bela canção começa, quadros expressionistas de nu masculino são jogados à tela. Imagem e música se casam numa junção perfeita. Nos sentimos bem, o som toca, a melodia é agradável. Após isso vemos Erick no telefone num bate papo buscando sexo fácil. Estamos em 1997, nesse primeiro encontro, conhece Paul (Zachary Booth) que após o sexo afirma possuir uma namorada.

Os dias decorrem e Erik (Thure Lindhardt) ainda está nessa busca por satisfazer seus desejos.  Paul retorna e nasce entre eles um sentimento mútuo. Cada um possui seus segredos, enquanto Erick tem queda pela busca do prazer, Paul (Zachary Booth) tem as drogas em sua vida.

A cada ano, o relacionamento deles fica mais forte, assim como os defeitos de ambos se mostram claros. Enquanto Erick está profundamente mergulhado na produção de um documentário, Paul está se lançando cada vez mais nas drogas. E é assim que acompanhamos esse relacionamento do momento em que surgi em 1997 até 2008. 


“Deixe a luz acesa” trabalha com humanidade e sinceridade a busca de todos por algo que os faça sentir completos. Seus personagens estão em busca, numa procura contínua, seja por um filho, a realização de um documentário, ou a necessidade de matar o desejo de um vício.

Mas nem tudo dá certo nesse filme, assim como nem tudo dá certo na vida. Nessa trama, o homossexualismo é abordado com muita naturalidade, isso é bom, ok, mas o preconceito e as dificuldades imposta a estes que aceitam vivenciar essa vida não. Paul e Erick vivem, moram juntos, tem uma relação juntos, mas a discriminação e as reprovações não aparecem, é como se estes vivessem numa redoma de vidro, numa bolha onde tudo é perfeito. Mas em meio a essa perfeição, a imperfeição ainda está presente, materializada pelo vazio que todos temos em nossas vidas.

Quando estes dois jovens começam a se relacionar, outros problemas aparecem e nesse ponto, “Deixe a luz acesa” acerta o tom e trabalha com o medo da traição, das drogas e da doença.  Um medo que não se compreende e que não se entende ou explica, mas que se sente. Guardamos para nós.

Nesse momento, o longa acerta o tom. Erick sofre, sofre muito ao longo desse relacionamento. Mas quando tudo indica que bons ares virão sobre a vida deles, percebe que nada é como pensou ser e aquele sentimento que o movia não o move mais, então, o que fazer diante disso? Quando o fim chega, um novo começo pode dar as cartas. Quando um problema nos surge e é resolvido, outro aparece. Nunca estamos bem com nós mesmos. 


 

Li em certa crítica que em alguns momentos o homossexualismo é mostrado ligado a promiscuidade, principalmente em seu começo. A meu ver, isso não se revela dessa forma. Nesse drama há jovens em busca de algo, ora e o que é o sexo se não uma satisfação momentânea que apaga o medo da vida, para em seguida surgir ainda mais implacável.

Banhado por boas canções, retratando a intimidade de seus personagens, se mantendo distante e perto, “Deixe ...” mostra apenas personagens, sejam estes homossexuais ou não. Sujeitos que tentam, mesmo diante de tudo na vida. Ao final, problemas que cercam a todos, os cercam também. O fim vem, envolto de um sentimento e uma sensação que tudo valeu a pena, ou que ainda valerá.

O elenco é razoável, a direção acerta, a trilha é muito boa e as intenções sobre esse longa são ótimas. É um prazer saber que filmes direcionados a um público fechado ganham mais espaço juntos a outras produções. Isso nos mostra que o diferente torna-se próximo e o que era “diferente”, se revele nem tanto assim.

O tempo muda, valores se manteem, novos são construídos e essa busca por compreender o que nos move contínua. 



2 comentários:

  1. alguns comentários bons e outros nem tanto ao redor desse filme, que eu ainda preciso assistir.

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    1. Olha, esse filme, li alguns comentarios e tive uma impressao ruim, mas ao ver, me deparei com um bom filme. Gostei

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