Quanto tempo dura o amor? Quanto tempo dura a paixão? Quanto tempo dura uma ilusão? Às vezes décadas, em outros casos, anos, mas também há momentos que ela dura apenas semanas ou dias. Pessoas solitárias, que veem na perspectiva de um amor a chance de serem felizes, mas que ao final, percebem que nada dura para sempre, nada.
Quanto dura o amor? é um filme terno em seus sentimentos e sincero em suas ações. Ele não adiciona tensão onde não há e nem provoca risos quando as circunstâncias não pedem. Ele trata com respeito alguns temas delicados e sem ser sensacionalista, não exagera nos medos ou problemas relacionados a este fato. Tudo é colocado de uma forma muito natural.
Quanto dura o amor? é um filme terno em seus sentimentos e sincero em suas ações. Ele não adiciona tensão onde não há e nem provoca risos quando as circunstâncias não pedem. Ele trata com respeito alguns temas delicados e sem ser sensacionalista, não exagera nos medos ou problemas relacionados a este fato. Tudo é colocado de uma forma muito natural.
Ao final, quando vemos a tela escurecer e os créditos subirem, ficamos em dúvida se o longa terminou realmente, tanto pelo fato do drama durar menos de 90 minutos, quanto pelo momento em que isso acontece. Nos apegamos a esses personagens e queremos ver como eles realmente terminam ao final de tudo. São pessoas reais, dotadas de falhas e acertos, que vivem pelo amor ou tentam se esquivar dele, pois sentem que jamais viverão esse sentimento.
Marina (Sílvia Lourenço) é uma aspirante a atriz que vai tentar a sorte em São Paulo. Ela passa a dividir o apartamento com Suzana (Maria Clara Spinelli), uma advogada séria e bem solitária. Nesse condomínio, Marina conhece Jay (Fábio Herford), um escritor de um livro só. No decorrer desses poucos minutos, conheceremos os dramas que envolvem esses três personagens. Suas tramas não se cruzam de fato, o único ponto que os ligam é o condomínio em que moram.
Marina conhece numa noite Justine (Danni Carlos) e seu namorado Nuno (Paulo Vilhena). Ela acaba se envolvendo e entrando de cabeça nesse triangulo amoroso, esquecendo facilmente seu antigo namorando que ficou em sua cidade. Suzana inicia a passos lentos um caso com Gil (Gustavo Machado), porém ela guarda um detalhe/segredo de sua vida que aos seus olhos, pode atrapalhar o deslanche desse possível romance.
Jay sai com frequência com Michele (Leilah Moreno), uma garota de programa. Nessa relação movida a sexo, ele passa a acreditar que os dois têm algo a mais e começa a ver nela a sua musa inspiradora, desenvolvendo uma paixão que vai render ao filme bons momentos divertidos.
Todos esses três personagens quebram a cara em algum momento dessa história. Apesar de ser um filme sobre o amor, o que vemos na tela é a dor que fica quando um relacionamento não dá tão certo quanto esperávamos. Seja Marina em sua paixão por Justine e seu receio quanto ao caso dela com Nuno, ou Suzana em temer que Gil não irá aceitar com facilidade o fato que ela esconde ou Jay que se ilude ao imaginar que Michele possa gostar dele realmente a ponto deles saírem sem isso estar classificado como um programa.
Todas essas três tramas tem seus clímax nos minutos finais ao longa. Somente na história envolvendo Jay que não há um peso de fato nesse drama, pois já sabemos desde o começo que não há amor entre eles, isso por parte dela, então apenas esperamos que em algum momento do filme ele perceba isso.
O segredo que Suzana esconde se percebe no meio do drama. É algo forte e que não se vê todos os dias no cinema nacional. Esse é o arco mais dramático e intenso desse filme e esse longa já levaria um bom prêmio para casa, somente pelo fato de tratar desse assunto com calma, delicadeza e sutileza. A história envolvendo Marina, apesar de aparentar ser a mais importante, não chega a instigar tanto assim. O ponto bacana dela está em mostrar como essa grande cidade suga os sonhos dela, a ponto dela se esquecer completamente do motivo principal de ter vindo à São Paulo.
Em falar nisso, o diretor constrói muito bem esses dramas envolvendo essa capital. Ela está agindo e interagindo com todos os personagens. Uma cidade que não para, que não faz seus moradores se sentirem menos solitários. Pode ser a grande chance de crescimentos para alguns, como a ruínas para outros, já que nem todos têm a mesma sorte de se dar bem assim na vida. Uma das qualidades ligadas a esse detalhe no filme é que a cidade sempre é mostrada em plano geral e em muitas das cenas, é vista de cima. Esse fato confere mais peso, densidade e beleza ao filme.
A trilha sonora é bem produzida, destaque para a música que abre o longa. No elenco, poucos nomes de peso do cinema nacional. Quem chama a atenção é Maria Clara Spinelli, a Suzana, carismática, com uma boa postura e um olhar que expressa sentimentos. Leilah Moreno se arriscando como atriz no cinema não faz feio e isso já é um elogio, as cenas dela com Jay são as mais hilárias. Na verdade, esse casal é o mais engraçado, essa trama segura o lado engraçado do filme, mostrando como a vida pode ser hilária.
Ao final, esses três personagens terão suas vidas marcadas pelo amor, ilusão e a dor. Ficarão em suas casas, olhando para a janela e revendo sua vida. A vida continua até que um novo e possível amor possa aparecer.
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