Oscar (Thomas Horn) é um garoto excepcional. Possuí uma inteligência bem aquém para um garoto da sua idade, é um bom observador, nato para a matemática e uma verdadeira biblioteca falante. Adora jogos, desvenda charadas com facilidade e tem no seu pai, seu melhor amigo. Oscar tem Aspegerr, uma síndrome pouco conhecida ainda na sociedade. Os portadores dessa doença tem dificuldade em si interagir com outras pessoas, dificuldade na comunicação, são muito ligado a rotinas, não gostando da imprevisibilidade. Possuem uma repetição compulsiva de gestos e falas, enfim, dá trabalho entendê-lo e o único a aparente a fazer isso é o seu pai. Ele se esforça constantemente para que Oscar saia de casa, converse com as pessoas, faça amigos e perceba a vida do lado de fora, mas é complicado.
Tudo ia bem, porém uma tragédia acontece. Thomas (Tom Hanks), o pai de Oscar, morre nos atentados ao Word Trade Center, Intitulado pelo garoto como o pior dia da existência, a partir desse fato, ele se fecha em seu mundo. Sua mãe, Linda (Sandra Bullock) tenta entendê-lo, mas isso não é nada facil e Oscar passa a contar os dias e horas e sempre fica ouvindo as mensagens de voz enviadas pelo seu pai na secretária eletrônica antes de morrer.
Um dia, mexendo nas coisas de seu pai, ele encontra dentro de um vaso um envelope escrito Black, com uma chave dentro. Então, por conta própria, ele resolve fazer uma busca em toda Nova York atrás dos possíveis Black. Oscar acha que essa chave é uma mensagem do pai dele, e ele vê nessa busca uma forma de tê-lo novamente.
No meio dessa busca ele se depara com inúmeras pessoas, como a personagem de Viola Davis e outros personagens ainda mais hilários. Passada algumas buscas, ele terá ajuda de um senhor que não fala, que o o acompanhará nessa viagem para encontrar o dono dessa chave.
O diretor Stephen Daldry faz aqui um drama bem melodramático, cheio de momentos que tentam nos levar as lágrimas fáceis. Não que isso seja errado ou chato, é apenas uma tentativa as vezes frustante. Tirando esse detalhe, o filme é um belo drama sobre um garoto que tenta seguir adiante e se apega nessa sua única chance de tentar ter por perto alguem que ama por mais um tempo.
Como de costume nesse tipo de filme, as pessoas que ele conhece é o ponto mais rico do drama, famílias, pessoas solitárias ou não. Essas pessoas enriquecem esse pequeno garoto de uma tal forma que ele não consegue perceber, pois seu único objetivo é encontrar o dono da chave. Em falar nisso Oscar pode muito bem representar esse Estados Unidos tão sistemático, arrogante, egocêntrico e amedrontado pós 11 de Setembro. Assim como esse garoto, os americanos estão com medo de tudo e de todos, inseguros, mas ainda sempre buscando um responsável por esse atentado.
Um ponto interessante a perceber no longa é a cor azul sempre presente, seja nas roupas, nos objetos ou propriamente na cidade de Nova York. Uma cor que lembra calma, sossego, tranquilidade, uma tonalidade que está ali para tentar trazer um pouco de refrigério a todos esses personagens, um pouco de paz. O que essa cor pode trazer de significados alem desses já mencionados, não saberia dizer. Todos estão em busca de algo, confusos, cabisbaixos, tristes, amedrontados, enfim preocupados e essa cor está ali para tentar trazer uma calma a essas vidas.
Todos temos problemas, medos, receios, limitações, pendencias do passado, algo que jamais poderemos concertar. São palavras que não foram ditas ou não foram declaradas, talvez essa seja a maior dor existente nessas pessoas, aquilo que poderiam ter sido feito, mas não foi, porém, infelizmente, a vida continua, com esses arrependimentos ou não. Seja na vida do senhor que não fala, no personagem em torno da chave, ou no próprio Oscar, a dor do arrependimento os consome, mas essa é uma sensação com a qual terão que viver e conviver.
Ao final, as lágrimas descem facilmente e a certeza que vimos um drama altamente meloso prevalece. Mas apesar de sermos manipulados pelos sentimentos, fica uma história cativante, terna e sensível sobre o seguir adiante, mesmo com o passado sempre batendo a porta. Ser forte não é tão fácil como poderíamos ter imaginado.
Fiquei ansiosa por esse filme quando soube da história, cheguei a assistir antes de sair nos cinemas brasileiros e me decepcionei em alguns pontos. Como você mesmo citou, o excesso de tentar emocionar o público, mas por ser um drama a intenção é essa né, eu acho rs. Mas, a emoção fica com certeza a encargo do desfecho da história e quando você para pra pensar em tudo que ele percorreu e o que isso significa.
ResponderExcluirUm belo filme.
Eu particularmente adoro esse diretor. As horas está entre os meus filmes preferidos, ja vi mais de cinco vezes e nao me canso de ver.
ResponderExcluirEu espera mais, tanto pela história, quanto pelo livro. H[a um filme chamado "Uma vida iluminada", é do mesmo autor desse "Tao forte", esse Uma vida vai na mesma proposta, porém apesar de ser simples, conseguiu ser mais cativante sem apelar muito
Do Stephen Daldry, eu só assisi O Leitor, que adorei. Mas esse aqui também parece ser um bom melodrama.
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