Pelo
direito de recomeçar.
Um
drama contundente, profundo, que nos prende e nos leva a histórias, jogos,
intrigas, desejos e ambições. Uma trama envolvendo não apenas o mundo da
advocacia, mas que mergulha profundo nos meandros da política, dos interesses e
das injustiças.
The Good Wife
é um drama sóbrio, com uma excelente trilha sonora, excelentes diálogos, fortes
personagens, casos extremamente emblemáticos, fortes e intensos. Uma série que
aposta em seus personagens, em seu roteiro e realiza um trabalho extraordinário.
Alicia
Florrick (Julianna Margulies) é mãe e esposa, mas tem sua vida familiar
fortemente abalada e escancarada pela mídia depois que seu esposo, o promotor
de justiça Peter Florrick (Chris Noth) foi acusado de corrupção e envolvimento
com o mundo da prostituição.
Após
ele ser preso, ela precisa se reestruturar, tomar as rédeas de tudo e
recomeçar. Também formada em direito, mas distante dos tribunais há mais de
anos, ela encontra na figura de Will Gardner (Josh Charles) um verdadeiro guardião.
Ele a emprega em sua firma que ele possui em associação com Daiane Lockhart
(Christine Baranski)
Na
Lockhart /Gardner Alicia entrará como sócia Junior e atuará em alguns casos. Se
conseguir a aprovação dos associados, conseguirá o emprego. Com ela, está
disputando a vaga também Cary Agos (Matt Czuchry), jovem advogado, recém-formado
com grande potencial e uma carreira promissora. Ainda nessa firma, Alicia
contará com a ajuda de kalinda (Archie Panjabi), a investigadora da firma, uma
mulher extremamente sensual, observadora, com muitas influências e excelente na
sua função.
Envolta
do mundo da advocacia, The Good Wife
é uma das séries mais bem estruturadas nos últimos tempos. É incrível como seus
episódios conseguem trazer tramas instigantes e fortes, sempre centrado em um
caso. Alicia pouco a pouco vai retomando sua carreira. Enquanto vence casos, se
depara com inúmeras armações lançadas contra seu esposo e contra as próprias
traições deste e com sua vida conjugal sendo comentada por todos.
Além
dessa trama pessoal, a série revela os bastidores sujos da política, os jogos
de influências, de escolhas e decisões. Todas as escolhas tomadas são como uma
jogada que só terá repercussão tempos depois. Tudo é extremamente calculado,
extremamente orquestrado, onde todos podem ser manipulados, usados e jogados de
escanteio.
A
série que está no momento em sua quinta temporada, como é de costume, perdeu-se
um pouco ao longo dessa jornada. Porém, ainda se mantém forte, incrível e
atraente. Alicia representa a mulher que antes era apenas mãe e esposa, mas que
devido a situações que se levantam contra sua vida, mostra uma força descomunal
e encontra uma Alicia dotada de qualidades, frieza, simpatia, carisma e
determinação que antes achava não ter. Se
envolverá fortemente com Will ao decorrer dos anos, se aproximará de Daiane,
tornando-se numa amiga e aliada, terá em kalinda uma grande amiga e em Cary um
forte aliado e parceiro.
Em
sua quinta temporada houve uma grande perda no elenco principal. Com a saída de
um grande protagonista a trama se perdeu, entrou em luto e se viu sem saber
para onde ir. Porém ao final da temporada, uma luz pareceu pairar sobre a série
e novos ventos começaram a ganhar força levando os personagens para novos
rumos. Esse é um dos pontos interessantes deste seriado, tudo acontece, o acaso
vem e quando ele vem, ficamos desestabilizados, porém, diante desses fatos,
ainda sim conseguimos nos encontrar e nos levantar e recomeçar.
Julianna
Marguiles, a protagonista da série e também diretora executiva do seriado, por
este trabalho tem conseguindo ótimas criticas e indicações aos principais
prêmios. E de certa forma, ela merece, sua atuação é forte, seu olhar é
profundo, sua atuação é avassaladora. Assim como ela, o elenco é o forte deste
seriado. Grandes personagens, grandes atores, excelentes participações
especiais. Outra atriz que tem obtido ótimo reconhecimento junto a critica
especializada e aos fãs é Carrie Preston, (a simpática Arlene de True Blood)
como Elisabeth Tascioni, uma advogada meio desmiolada, porém divertidíssima e
ótima no que faz.
Outro
destaque da trama fica por conta do excelente trabalho envolvendo a trilha
sonora. Uma trilha ora pesada, ainda no começo da série mas que foi ganhando
tons pesados ganham presença e modificam o clima do seriado. As histórias que
são abordadas a cada semana também têm seu diferencial, sempre um caso que
consegue nos conquistar e comover. Alguns casos são extremamente trágicos,
melancólicos, outros conseguem ser leves e outros simplesmente bizarros. Os personagens
que entram e saem do seriado, apensar de fazerem algumas pontas, deixam sua
marca e expressão, tornando-se fundamentais ao longo da trama.
The Good Wife caminha
e caminha. Seus personagens passam por baixo e altos, são movidos por ambição e
inveja, raiva e amor. Há certa frieza dominando a todos eles, da mesma forma
que muitas das suas ações são movidas pelos mais fortes sentimentos. Assim
somos nós, assim é a vida. Uma série excelente, que a cada temporada se revela
como sendo um excelente seriado.
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