terça-feira, 9 de agosto de 2011

Malu de Bicicleta

Uma comédia romântica bem suave, leve e despretensiosa.

Com um roteiro que apesar de soar batido, consegue se manter bem construído e se aproveitando ao máximo de seu bom elenco, o longa Malu de bicicleta é uma boa opção para se divertir. Sem ser marcante, a comédia não decepciona e entrega uma história inteligente, com momentos hilários e situações divertidíssimas.

Marcelo Serrado é Luiz, um paulistano tipico machista que tem suas conquistas como troféus. Se envolve com várias mulheres com personalidades distintas. Tudo seguia normal até que uma ex descontente o ameaça de morte. Por conta disso, vai passar uns dias no Rio. Lá andando distraído pela calçada, apenas reparando a beleza da cidade, é atropelado por Malu (Fernanda de Freitas) numa bicicleta. Pronto, é atração a primeira vista. Ele tenta o nome dela ou algo do gênero, mas não consegue nada.

Como bom pegador que é, não desiste tão fácil e a espera constantemente na praia até que a encontra novamente. Os dois passam a tarde conversando, se conhecendo e terminam, bom, juntos. Durante sua estadia no Rio, ele sai todos os dias com ela, conhece os amigos dela, os bares e lugares que ela frequenta e tudo mais. Com o tempo ele percebe que ela adora a praia, é despreocupada e não gosta de marcação cerrada. Normal e de certa forma é até interessante, pensa ele. Mas com o tempo, Luiz devido ao seu passado nada fiel, vai imaginando traições em todas as ações dela, pois seu maior medo é achar que ela seja uma versão dele.


É com um leve humor que o diretor irá trabalhar as piras desse personagem. Ele conhece todas as desculpas e escapadas e por esse motivo, por ela sempre usar das mesmas palavras e muitas vezes ações, vai desconfiar dela constantemente. São em suas imaginações e devaneios por medo de ser traído que acontecem as melhores e mais engraçadas cenas. O pensamento em off corre ao solto e são eles que nos guiam nessa história.

Todo drama do filme acontece pela perspectiva dele, sendo assim, há na tela sempre uma versão meio machista desse caso. Nunca realmente sabemos os pensamentos dela, tirando pelo final, em que ela escreve uma carta para ele. Fora essa cena, suas atitudes, medos, ideias, enfim, nada é revelado a nós, sendo que até nós mesmos não temos certeza da fidelidade dela. O filme tem um certo tom de Dom Casmurro, já que o drama segue a linha do pensamento dele e todo esses ciúmes é desencadeado por uma carta que Luiz acha nas coisas dela.

O que ajuda muito esse filme é que os atores estão muito confortáveis em seus papeis. Alternando comédia e drama, todo o elenco, tanto o principal, quanto o de apoio, dão conta do recado. Marcelo Serrado mostra que tem fibra como ator, a novata Fernanda de Freitas, sósia de Débora Secco, também impressiona, assim como Marjorie Estiano e Daniele Suzuki que aparecem para dar frescor ao elenco com suas presenças.


A direção do longa ajuda compondo situações suaves, nada é muito aprofundado. O objetivo aqui não é propor nenhuma análise, mas apenas mostrar uma história engraçada, sem ser tosca ou ridícula.

O roteiro, que por ser baseado num livro, consegue ser bem transportado para o cinema. Talvez essa proeza tenha sido pelo fato de que Marcelo Rubens Paiva, autor da obra, também tenha participado da produção do roteiro, ajudando assim, a manter a essência do livro no filme.

Malu de Bicicleta é um longa bacana, modesto, com boas doses de comédia, situações cômicas sutis, uma boa direção, belas paisagens e uma sintonia mais que agradável entre seu elenco.

Por fim, essa postagem é tensa, pois é a de número 100, yatthaaa.

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