Uma comédia bem simples, mas de muito bom grado que ao meu ver conseguiu ter uma Jennifer Aniston no melhor papel até agora de sua carreira.
Aniston vive Justine, uma mulher que tem uma vida bem calma, tranquila e muita chata e além disso, sente que falta algo nessa calmaria toda, alguma coisa que não sabe ainda, mas que a faz sentir meio perdida, ela busca um sentido. Trabalha como caixa de um supermercado, é casada com um homem boa praça, bacana e que vive fumando maconha com o amigo. Sua rotina se resumi a ir trabalhar, voltar para casa, ver tv, ir algumas noites na igreja e pronto.
Nesse mercado, entra um novo funcionário, Holden (Jake Gyllenhaal) um jovem bem fechado, recluso que mora com os pais e adora escrever histórias trágicas e ficar recitando o livro O apanhador no campo de centeio. O comportamento dele e sua forma de ver o mundo a atrai, pois ela, assim como ele, estão cheios de suas pacatas e tranquilas vidas, eles querem fugir, correr sem direção, viver sem barreiras, esquecer tudo: família, casas, amigos e cair no mundo tentando algo. Essa atração no pensamento faz com que eles criem uma amizade que mais tarde se tornará num caso extraconjugal, mas com um detalhe, ela sempre pagando o motel.
É com esse roteiro simples, porém muito bem conduzido e um time de elenco formidável que faz valer esse longa. Para haver ordem na vida, primeiro necessita-se do caus, é sobre esse ponto que o longa vai focar. Até ela perceber o que tem e o que realmente quer da vida, ele passará por maus bocados, situações trágicas e um momento de decisão forte. O desfecho do longa consegue surpreender até certo ponto, não por parte da personagem dela, mas pelo do jovem, eu realmente não esperava aquilo.
É uma comédia com pitada de drama e beirando a questão existencial, bem ao estilo de filme independe norte-americano, mas que se saiu bem e acima de média pela presença de Aniston. Ela caminhando meio arrastada, a mão apoiada no queixo sempre pensativa quando está no trabalho com o olhar perdido e distante convenceu nesse papel, isso porque durante as gravações desse filme, ela tinha uma vida praticamente perfeita, aos olhos de muitas mulheres, claro: ganhando uma grana preta por episódio de Friends e casada com o ator Brad Pitt, mas como na vida nada dura para sempre, eis que perdeu o marido, a série e os alto salários e o mais chato, essa continua sendo sua atuação mais marcante e interessante.
O longa não vai além disso, aborda o tema felicidade de forma bem honesta, sem clichês ou sentimentalismo, nos dá uma impressão de que ainda as pequenas coisas são as que importam e como nós como sempre, estamos com nossos olhos fixados em grandes fatos ou acontecimentos. Por um sentido na vida é uma tentativa de tentar encontrar algo que nos dê razão, por mais simples que ela seja. Não teremos uma vida regada a prazeres, com todos os dias felizes, cheios de vida, mas pelo contrário, tranquilidade, um casamento ou família que com o tempo se mostrará sufocante, agonizante e frio, mas ainda sim, essa é a realidade e é por causa desse detalhe, o de mostrar esses personagens mergulhados nessa vida, sem enfeites ou ilusões é que o longa merece o seu destaque.
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