sábado, 16 de julho de 2011

7 Minutos no paraiso

 

Um filme simples, porém bonito, simpático e extrovertido

Esse é um daqueles filmes da década de 80 que, em minha opinião, conseguiu marcar uma geração. Sem se prender a uma garota deslocada que se apaixona pelo cara mais popular do colégio, o filme retrata apenas a amizade de três adolescentes e suas buscas incessantes de simplesmente se conhecerem e viverem desilusões comuns dessa idade.

Esse longa passava constantemente na sessão da tarde, eu o assisti na minha adolescência umas três vezes, nunca consegui mais informações sobre ele, o que me marcou fortemente foi o título e a música tocada ao final ilustrando o desfecho do longa.

Com suas roupas em até certo ponto ridículas, músicas gostosas e despretensiosas, tardes em que se passavam nas ruas conversando, jogando algum esporte, “paquerando”, enfim, situações comuns, o longa consegue invocar esse momento tão década de 80. E isso não é nada fácil no cinema, poucos são os filmes que conseguem retratar de forma verdadeira e convincente uma geração.

Natalie é uma garota séria e muitas vezes aparenta ser madura demais para alguém de sua idade. Seu pai trabalha constantemente e por esse motivo, passa dias fora de casa. Ela tem uma amiga, Polly, que vive se apaixonando pelos rapazes que trafegam pela sua vida. E por fim Jeff, que vive um momento meio desconfortável e delicado com seu padrasto. O longa vai retratar como esses três jovens conseguem lhe dar com as dificuldades imposta pela vida, ou por problemas rotineiros.

Amores, maturidade, futuro e sexo são temas que rodeiam esses adolescentes. Desilusão é a palavra que vai marcar todo o filme. Natalie se envolve com um rapaz que possui um relacionamento bem aberto com outras garotas. Ela sabendo disso, não entende como é esse relacionamento até viver na experiência. Polly terá uma tarde meio eufórica com um jogador de beisebol, achando que ele realmente gosta dela, ela irá até Nova York atrás dele. Jeff saiu de casa por que não agüenta mais a pressão de seu padrasto lhe cobrando que valorize os estudos e no meio disso tudo, sente a falta de seu pai.

O longa tem uma simplicidade muito cativante. A trilha sonora é usada ao máximo durante todo o filme, as vezes estraga as cenas, mas em outras acerta, entretanto ela ainda consegue dar identidade ao filme. O que vemos são apenas adolescentes em suas descobertas. A música que toca ao final do longa é deliciosa, pena que a diretora deu pouco espaço nas cenas finais do filme.

Os diálogos são simples, com alguns toques engraçados, principalmente quando Polly pergunta a Bill o que é e como é um orgasmo. Em falar nisso, muito interessante o modo como o filme aborda a virgindade e o quesito sexo. Bem diferente dos dias atuais com suas comédias escrachadas que são destinadas aos jovens e adolescentes.

A direção é simples, faz um filme comum, sem grandes planos ou grandes momentos criativos, ela resolveu dar mais enfoque aos personagens. Em falar nisso, no elenco temos uma Jennifer Connelly em inicio de carreira, seus traços e expressão permanecem os mesmos até hoje. Cenas marcantes deixo para a final, como já comentei anteriormente, os três juntos correndo numa rua ao som de “Dear You” interpretada por Josie Aiello.

No mais é um filme bacana para se curtir numa tarde lembrando de como foi essa década, para os que a viveram, a sensação deve ser de saudades e para os que não viveram, no caso eu, a sensação é de curiosidade.

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