quinta-feira, 10 de novembro de 2011

As cronicas de narnia


Edmundo (Skandar Keynes) e Lucy (Georgie Henley) estão morando com seus tios e um primo insuportável temporariamente. Numa das brigas entre eles, o quadro da parede do quarto parece ganhar vida e de repente, tudo é inundado em águas. Nesse momento, eles são transportados para o reino de Nárnia. No começo eles estranham, pois desde que deixaram esse mundo, a paz reina nessa terra, mas em poucos minutos, descobrem que um grande mal está ganhando força e espaço nesse reino. Caspian (Ben Barnes), Rei de Nárnia, com a ajuda dos garotos, partem em direção a sete espadas. Somente elas, colocadas sobre a mesa de Aslan (Liam Neeson), poderão deter esse mal.

Em As crônicas de Nárnia: a viagem do Peregrino da Alvorada, o filme retorna um pouco ao seu primeiro longa da franquia. Apresentando uma história mais simples, sem muito peso de um grande estúdio por traz ou a promessa de ser um épico baseado numa grande literatura, o filme apenas cumpri sua missão: diverti. A fantasia trabalha de modo até bacana a passagem da infância para adolescência, utilizando-se das metáforas desse grande e vasto reino e nos apresenta um novo possível grande herói para essa história.

Quando o primeiro filme foi lançado, muitas foram as promessas em torno dessa fantasia. A Disney, produtora do longa, desejava que esse pudesse ser o substituto para a grande produção O Senhor dos Anéis. Por conta disso, investimentos não faltaram, tanto que a trilha sonora, as lutas e o cenário construído se inspiraram muito no filme de Peter Jackson, porém a ideia não vingou.

Mesmo assim o estúdio não desistiu e lançou o segundo episódio, O príncipe Caspian, mas com esse, a tragédia foi ainda pior. Tentando alcançar novos públicos, o drama modificou as cores e enquadramento, propondo tons mais escuros e ambientes mais fechados, uma maturidade guiava o filme. A ideia forçada de amadurecimento interligada a um tom mais sombrio fez com que o filme não se relacionasse de fato com o primeiro longa. Não tendo o sucesso esperado, para esse terceiro episódio, a Disney saiu da empreitada e no lugar entrou outro estúdio menor e mais modesto.


Como que em Nárnia quem cresce não pode entrar mais, fato que aconteceu a Susan (Anna Popplewell) e Peter (William Moseley) e por consequência, também acontecerá a Edmundo e Lucy, outros heróis terão que guiar essa trama, nesse sentido, entra em cena, Eustace, um garoto arrogante, prepotente e orgulhoso.

Ele é a própria redenção que o filme tanto aborda ligada a questões da moralidade. A ele também será dado as melhores falas, com um certo humor inglês maravilhoso. Como ele não acredita em nada disso, todas as cenas serão descritas por ele com sacarmos e ironia. Nesse ponto, com esse personagem, o diretor brinca com a fantasia, em como ela pode ser vista por alguém que não acredita nessa existência.

O primeiro longa eu achei bacana, do segundo eu não gostei, mas esse terceiro achei muito interessante. É uma fantasia claramente cristã direcionada às crianças. Nunca há de fato um perigo iminente. Não há sangue nas batalhas, malícia entre os personagens, nem nada que possa levar a um grau de maturidade. Por conta disso, analisando esses detalhes que são encarnados de corpo e alma pelo filme, o longa agrada.

Algumas passagens são ótimas, como as da cena em que Lúcia deseja ser bela assim como sua irmã, ou a cena final, em que Aslan se despede dos dois irmãos. Há entre eles um ótimo diálogo e também é percebível toda a carga cristã em cada palavra ou vírgula dessa despedida. 


Nesse novo longa, volta-se a trabalhar claramente com um público infantil, o moralismo permanece, em alguns momentos chega a ser tosco, contudo é aceitável,  a trilha é suave, os efeitos, comparado com os outros, são mais simples e as cores são mais vibrantes. Porém, o que faz esse filme dar certo é a ótima química entre os atores, o novo personagem apresentado, Eustace (Will Poulter), que é uma figura, o trabalho com a edição que deixam o longa mais acelerado e com a noção de não ter tempo a perder e a simplicidade de tentar ser apenas uma fantasia, sem mais grandes ambições. 

No elenco, há pequenas participações especiais da ótima Tilda Swinton como a Feiticeira Branca. Barden convence no papel, está confortável e os personagens de Lucy e Edmundo estão bem afinados, mas quem leva o destaque é o insuportável Estauce. Os efeitos especiais também levam o destaque pelo cuidado estético impressionante.

A montagem vai direto ao ponto, sem perder muito tempo com lorotas toscar e bravuras desnecessárias como nos anteriores. Bom, nesse longa há ainda alguns discursos toscos aqui, frases clichês sobre coragem e determinação são proclamadas lá, mas em comparação com os anteriores é bem menos, nesse ponto é só passar pra frente que a tortura disso acaba rápido.

Um ponto interessante a ressaltar é que esse terceiro longa seria como um termômetro para a continuação dessa franquia. Para realizar esses filmes, demanda de muita grana e por conta disso tem que haver a segurança de um bom retorno. Com isso, caso esse episódio não fosse bem como seu anterior, tudo ia literalmente afundar, mas o longa deu certo. Dentro dos Estados Unidos a fantasia foi fraca na bilheteria, mas a da Europa e Brasil compensaram.

Para o quarto filme, as aventuras continuam e pelo que tudo indica, a ideia do produtor/diretor é tentar levar para as telas do cinema todos os livros da saga As crônicas de Nárnia.


Um comentário:

  1. Foi o pior da série até agora. Muito chato.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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